domingo, 18 de dezembro de 2011

MORTALIDADE MATERNA E NEONATAL “VERSOS” MORALIDADE ETERNA E UM FELIZ NATAL


Mortalidade Materna:
Eterna mancha que nos entristece,
Que tanto acontece que tanto envergonha.
Mas por onde andam as cegonhas?
Pois em minhas fantasias, as mães não morriam.
Eu era apenas criança, cheio de esperança;
Mas o que eu vejo hoje, na realidade me arrepia.
Mortalidade, triste conceito com forte efeito.
Cessação da vida, de forma atrevida; mas existe saída.
Um pacto de forma legal. Mas o que está faltando afinal?
Será que é preciso que a vigilância se ligue, investigue,
Toda peregrinação das mulheres,
Em seu processo gravídico lírico e puerperal?
Mortalidade materna, dívida interna,
Que advém lá das cavernas.
Que perdura até hoje, que até parece banal.
...É isso mesmo, Deus quis assim. Isto é o fim!
Culpam a sorte e o destino também...
Por isto orai por elas mulheres lutadoras,
 Agora e na hora da vossa sorte amém.
Mas que processo é esse que causa tantos danos,
As mulheres na reprodução, essa não!
Porque perdemos tantas vidas, de forma indevida?
Por onde anda a prevenção e a promoção?
E os direitos sexuais e reprodutivos, têm incentivos?
Consequentemente vejam os coeficientes de Mortalidade,
E assuma esta luta, por favor, por caridade;
Demonstre ser cidadão, com politicagem não.
Olhai, portanto a nossa assistência, que penitência!
De acordo com as normas e competências,
Entre Excelentíssimos e Excelências... Paciência!
Faça de fato uma reflexão, digo: De coração.
Olhai as mulheres com sensibilidade e humildade;
Lembrai-vos das que se foram precocemente, tão crentes!
Umas por complicações e outras por negligência;
Mas cadê os atores apelidados de doutores?
Daqui a pouco recomeça o fantástico, tão mágico,
É o show da vida num Pronto Atendimento trágico...
Abro aspas entre farpas numa cena teatral, imoral!
Uma mulher em busca do milagre da vida...
E da felicidade numa certa Maternidade.
No entanto vai a óbito em tenra idade, que crueldade!
E lá se vai à procissão se arrastando que nem cobra,
Pelo chão, pelas ruas e pelas avenidas sem contestação.
Parece que muito não tem sensibilidade nem pudor,
Nem profissionalismo, nem compromisso nem amor.
Vestidos de branco, estetoscópio no pescoço,
 Desculpe-me, seu moço, mas parece até nosso Senhor.
A arrogância muitas vezes é tamanha, que me envergonha;
Pois não lembra ser filho de uma santa, chamada mulher;
Talvez tenha vindo da abiogênese, com uma missão,
Querer ser o que não é; por vaidade ou pouquíssima fé.
Dos doutores que eu falo não me calo,
Mas forneço-lhes a relação com consignação,
Porém, sem falar da profissão; Desculpe-me de antemão:
Dr. Desculpa, Drª Negligência, Dr. Descaso, Drª Arrogância,
Dr. Cara de Pau, Drª Frieza, Drª Importância e Dr. Pavão...
Tens discordância? Se não;
Olhai as intercorrências clínicas e as cínicas,
As obstétricas, digo diretas e indiretas...
Bem como aquelas fora de técnica de ética e de métrica.
Olhai os indicadores não só nos computadores;
Vide também nas macas e nos corredores, moldurada de horrores
 Com seus fatores irracionais... Afasta de mim esse cálice Pai!
Analisai as sub-notificações e os sub-registros, meu santo cristo.
E mais, as DO maquiadas de omissões e desinformações;
Rogai! Pelo Pré Natal afinal tão pré, friso: Precário...
Vide também como as referências são abstratas,
E as contra referências? Ingratas, pois ata mas não desata.
E o planejamento familiar? Nada familiar basta comprovar;
Com métodos de barreiras, sem eira nem beira...
 Barreira para receber barreira para comprar.
Orai! Pelos Preventivos com tratamentos inconclusivos...
Rezai! Pelas intervenções de rotina, sem disciplina,
Em nome da medicina; mas quem assina?
Recheadas de atendimentos sem acolhimento,
E que se diz nota dez, ou melhor, nota cem:
Sem segurança, Sem conforto e Sem privacidade.
E lá nas unidades, que piedade, digo a verdade,
Sem exames, Sem insumos e Sem vergonha...
Olhai! Para os procedimentos invasivos e abusivos,
E as cascatas de intervenções sem razões;
Em moda são as episiotomias no dia a dia,
Naquelas vias, mas que poesia hemorrágica!
Não me fale, porém das cesarianas que engana,
Fulanas e sicranas que se acham bacanas...
Mas que se portam muito desconfiadas.
Não é piada, nem prova dos noves fora nada.
Dizem os profetas que gravidez em adolescentes,
A cada dia aumenta mais, coitado dos pais;  
 São os complexos e reflexos sociais e educacionais,
Condicionado pelas letras de certas bandas sexuais...
Que sejam bem vindos os partos normais digo racional,
Apesar das conjunturas das corporações, que legal!
Tudo pela mulher e também pela ciência em sua essência;
Isto é o que eu chamo grito, apelo e proclamo:
Viva! A medicina baseada em evidências, isto é decência.
Acreditem na minha consciência Epidemiológica e Sanitária,
Por sinal tão solidária, não mais embrionária.
Nem sei se sou poeta, mas tenho de fato Ética,
Não sou Prefeito, nem perfeito, imagine pré Feito...
Alertai-vos para nossa Saúde atada e Terceirizada,
E o sistema SUS, querem vê-lo na cruz sem luz,
SUScetível, SUSpeito, SUSpirando! SUSpirando!
Não! Não! Isto é impossível, ele não é irreversível?
Vamos ponderar; talvez você esteja compartilhando,
Indiretamente com a Mortalidade Materna e Neonatal,
Com este seu silêncio fóbico, indiferente e impessoal.
Já pensou meu caríssimo doutor, que o senhor pode,
Ser considerado culpado, como também co autor,
Dos atos ilícitos ao seu redor? E o pior...
Viver com a consciência pesada, alada e com remorso em fim.
Portanto ainda é tempo de falar, de colaborar,
Através dos comitês com hombridade e lucidez;
Simplesmente como eu faço com firmeza assim.
Mortalidade Materna e Neonatal;
Já pensou ao contrário, em mortalidade Paterna?
Os pais com suas causas obstétricas ecléticas e anais...
De igual para igual, sem distinção anatômica ou social;
Será que a Mortalidade Materna, seria alta demais?   

                Redigido durante a conferência do Pacto Nacional pela redução da Mortalidade Materna e Neonatal.
                                                                                              Lair Zomar- Enfº do PSF
                                                                                                                                             Natal, RN

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

DIVORCIO CONSUMADO - PSF - PENSO SEMPRE FAÇO



MINHA RELAÇÃO COM O PSF,
FOI ALEM DE UM BOM NEGÓCIO;
 DEDIQUEI-ME DE CORPO E ALMA,
MAS MEU EU JÁ PEDE O ÓCIO;
QUERO DE TODOS A COMPREENSÃO,
E PEDIR O MEU DIVORCIO...

VAI SER DIFÍCIL PARA MIM,
CONSUMAR ESTA RELAÇÃO;
AOS COLEGAS PEÇO DESCULPAS,
AO POVO PEÇO  PERDÃO;
AGRADEÇO POR FIM A DEUS,
POR CUMPRIR ESTA MISSÃO...

DEIXO PARA TRAS O PSF,
COM DEVER QUASE CUMPRIDO;
HOJE ME SINTO RESILIENTE,
POR UM MÉRITO ADQUIRIDO;
QUEM É DA SAÚDE JÁ SABE,
SOMOS DE FATO ESQUECIDO.

VOU VOLTAR PARA A SESAP,
E PENSAR EM APOSENTADORIA;
CUIDEI DA SAÚDE DOS OUTROS,
JÁ FIZ TUDO QUE EU QUERIA;
VOU CUIDAR DA MINHA  VIDA,
PRA NÃO MORRER ANTES DO DIA.
                                               Lair Zomar

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

DE UM PACIENTE DO SUS PACIENTE


Procura- se uma Unidade de Saúde,
Uma Unidade de Saúde da Família;
Não precisa ser complexa,
Nem côncava nem convexa.
Procura-se uma Unidade de Saúde,
Que tenha de fato recepção,
Que receba toda gente,
Como deseja o cidadão;
Não precisa ser bonita,
Ter fachada de empresa,
Basta atender as pessoas,
Com equidade e com presteza.
Não precisa ter portas de vidros,
Painel eletrônico computador,
Basta atender a população,
Com respeito e com humor.
Procura-se uma Unidade,
De assistência a Saúde,
Não importa qual seja o porte,
Quero apenas ser atendido,
Sem precisar usar a sorte...
Procura-se um profissional de Saúde,
Que se ponha em meu lugar,
Quando na falta de solução,
Não me bote para andar.
Procura-se um profissional de Saúde,
Que não se julgue pelo que ganha,
Que não seja negligente,
Nem me mate de vergonha...
Procura-se uma Unidade de Saúde,
Quem sabe um bom profissional,
Que na falta de um Doutor,
De consulta ou de remédio,
Que me dispense como gente,
Não me trate com seu tédio.
Procura-se uma unidade de Saúde,
Com atendimento humanizado,
Que não faça de conta que atende,
Se é que votei do outro lado...
Procura-se um Secretário,
Quem sabe um bom Prefeito,
Que cumpra apenas o seu dever,
Enquanto eu busco os meus direitos.
Procura-se um Estabelecimento,
De Saúde, mas com Saúde;
E que retrate a população,
Não precisa ser terceirizada,
Nem jamais descaracterizada,
Desvirtuando o cidadão; NÃO!

sábado, 26 de novembro de 2011

Nada muda se você não mudar.



E se a Saúde fosse prioridade,
E se S U S não fosse corrompido,
E se as leis não fossem violadas,
E se os políticos fossem comprometidos?

E se o P S F chegasse a toda população,
E se os profissionais tivessem todo apoio,
E se os postos não faltassem remédios,
E se as Equipes trabalhassem em  Equipe?

E se existisse participação popular,
E se os corruptos fossem todos punidos,
E se os pacientes deixassem de ser pacientes,
E se juntos, a gente resolvesse mudar...

E se os gestores cumprissem o seu papel,
E se os salários fossem iguais os da justiça,
E se todos fossem tratados com respeito,
E se as unidades fossem bem estruturadas?

E se os recursos fossem bem aplicados,
E se existisse consciência Sanitária,
E se a Saúde fosse um direito de todos,
E se o estado cumprisse com o seu dever?

E  Se... Continuem a refletir, a resistir e a lutar.
                                                                                                                               Lair Zomar

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CAMPANHA DA VERGONHA


Votei, votei, votei,
Como eu já voltei...
Votei no homem,
Votei na mulher,
Votei pela democracia,
Mas perdi minha fé...
Votei em fulano,
Que tinha mil planos,
Votei em cicrano,
Meu Deus que engano.
Votei pela Saúde,
Mas cai num ataúde;
Votei pela segurança,
Mas perdi a esperança.
Votei pela Educação,
Foi um voto em vão.
Votei para prefeito,
Não tiveram respeito,
Votei para Presidente,
Mas não foi diferente;
Votei para deputado,
Também fui enganado;
Votei para vereador,
Senador, governador,
E o que foi que mudou?
A corrupção que desabrochou...
                Por favor!
A corrupção em evidência entre:           
  Excelentíssimos e Excelências,
                Paciência!          
Portanto lanço minha campanha:
Político sem vergonha,
“Com o meu voto, você não ganha”.

Autor: Lair Zomar