sábado, 21 de janeiro de 2012

BECO DA LAMA E DA FAMA


Beco da Lama no centro de Natal;
Este é o lugar de fato preferencial...
Do camelô sem vaidade, do vendedor de ilusão,
Da metamorfose ambulante e da miscigenação.
Beco da Lama, onde ninguém reclama
Ou conclama pela revitalização.
Em vez de Beco da Lama porque não Beco do Lixo?
Para caracterizar o desrespeito ao nosso nicho.
Beco dos jogos; do jogo de palitos, do jogo de dama,
E do jogo de cintura que termina na cama...
É ali que os homens se empilham e as mulheres desfilam,
Na calçada da fama, ou melhor, da lama.
Em simetria, um bar aqui e outro acolá,
Onde se vende de tudo exceto conselhos...
Espaço discreto, eclético e poético,
Moldurado de cores, odores e valores,
Onde a cultura e as figuras se misturam
Literalmente com a lama, porque lhe ama...
Beco da Lama, do bate papo, da conversa fiada,
Do espetinho a gosto e da cerveja gelada.
E porque não das piadas ousadas e pesadas,
E das cantadas sexualmente admissíveis...
Da filosofia posta à mesa, sorvida e tragada,
Sem distinção; que importa a graduação.
Beco da Lama, do antigo Bar da meladinha,
Dos clientes ilustres entre eles, o PIXINGUINHA.
Beco da lama, no centro da cidade,
Despido de luxo e de vaidade;
Mas por favor, por caridade, não esqueçam isto ali,
Brindai-vos uns aos outros em nome do velho NAZZI.
No Beco da Lama literalmente não sou poeta,
 Nem tenho fama;
Sou um simples jardineiro, cuidando das flores,
Em meio da lama.
Por favor, traga-me uma Skol, quem sabe uma Brahma. Plim!  Plim!
                                                                                              Lair Zomar- poeta Du coração
                                                                                                                             Natal RN

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