Mãos que pintam a vida,
São as mesmas que reconstitui a ferida;
Não importa se bela, se feia ou atrevida.
Mãos singelas que modela a ferida,
Com técnica, com ética e estética,
Quiçá de forma poética...
Mãos que desbrida o tecido necrótico,
Com paciência e maestria;
Que destrói de fato o exsudato
E debela a hemorragia.
Mãos que conforta o paciente,
Que enxuga às lágrimas,
Para vê-lo feliz novamente.
Mãos que manuseia que massageia,
Que delineia a ferida com abnegação;
Que faz do curativo um motivo,
Para neo-revitalização...
É com estas mãos que abro, que limpo,
Que enxugo, que seco, que cubro e fecho;
E aguardo o desfecho da granulação.
É com estas mãos que alivio a dor,
Que levo a família um pouquinho de amor.
É com estas mãos que trabalho,
Não importa a recompensa por minha ação.
É com estas mãos sim, é com estas mãos,
Que fiz da minha profissão uma arte;
E desta a minha própria religião.
É com estas mãos que me despeço,
E parto para mais uma missão...
Lair Zomar- poeta DU coração
Nenhum comentário:
Postar um comentário