sábado, 10 de março de 2012

MONÓLOGO DAS MÃOS


                                           

                              

Mãos que pintam a vida,

São as mesmas que reconstitui a ferida;

Não importa se bela, se feia ou atrevida.

Mãos singelas que modela a ferida,

Com técnica, com ética e estética,

Quiçá de forma poética...

Mãos que desbrida o tecido necrótico,

Com paciência e maestria;

Que destrói de fato o exsudato

E debela a hemorragia.

Mãos que conforta o paciente,

Que enxuga às lágrimas,

Para vê-lo feliz novamente.

Mãos que manuseia que massageia,

Que delineia a ferida com abnegação;

Que faz do curativo um motivo,

Para neo-revitalização...

É com estas mãos que abro, que limpo,

Que enxugo, que seco, que cubro e fecho;

E aguardo o desfecho da granulação.

É com estas mãos que alivio a dor,

Que levo a família um pouquinho de amor.

É com estas mãos que trabalho,

Não importa a recompensa por minha ação.

É com estas mãos sim, é com estas mãos,

Que fiz da minha profissão uma arte;

E desta a minha própria religião.

É com estas mãos que me despeço,

E parto para mais uma missão...

                               Lair Zomar- poeta DU coração

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